sexta-feira, 29 de outubro de 2010

RESILIÊNCIA. O que é ISSO?

 
Howard Hendricks

É um termo originário da física, utilizado por ela, e se refere à capacidade de armazenar energias, capacidade esta que pode ser identificada quando um corpo entra em estado de deformação e a ele são devolvidas essas energias, fazendo com que a tensão até então existente, cesse. Também é relacionado com o limite de resistência, e isso é demonstrado pela mesma física através da eletricidade. Caso a energia elétrica seja superior à capacidade de resistência, por exemplo, de determinado aparelho eletrodoméstico, este entra em curto circuito e se queima. Portanto, observa-se que o termo resiliência relaciona-se, diretamente, com a capacidade de resistência a choques.

O leitor, nesse momento, deve estar se indagando: afinal, o que isto tudo tem a ver comigo ou com qualquer outro ser humano? Na verdade, tudo! Como se sabe, umas das vertentes de análise do homem é oferecida pela Psicologia do Comportamento humano em geral, e a resiliência pode ser demonstrada, especialmente, quando o sujeito encontra-se no limite de sua capacidade de superação no enfrentamento das adversidades que surgem em sua vida. Sendo assim, a resiliência pode ser utilizada na análise de como, pessoas diferentes reagem diversamente frente a um mesmo obstáculo. É a capacidade de enfrentar dificuldades, de superar problemas e, até mesmo, de como alguns indivíduos conseguem tirar proveito de certos sofrimentos. Portanto, pode-se considerar como resiliente aquele indivíduo que consegue não só enfrentar certos obstáculos, mas, também de ultrapassá-los, recuperando-se e se moldando a cada "deformação" situacional que surgir em sua vida.

Para que melhor seja entendida tal correlação, o leitor deve, mentalmente, comparar o equilíbrio humano à estrutura de um prédio. A estabilidade desse edifício depende de como ele foi erguido. Sua estrutura poderá ser facilmente constatada quando uma pressão exercida sobre ele for superior à sua resistência. Certamente, aparecerão rachaduras e infiltrações que estarão colocando em risco a vida de seus moradores. Se tal desestabilização for comparada a estrutura físico-mental humana, tais rachaduras e infiltrações podem ser comparadas aos diferentes tipos de doenças psicossomáticas que hoje cada vez mais se evidenciam, como é o caso da síndrome do pânico, além de outras manifestações físicas, como por exemplo, a hipertensão arterial, úlceras gástricas, etc. Esses males só se manifestam nos indivíduos que não possuem resiliência, ou seja, não estão apenas com estresse, mas, principalmente, sem capacidade de reagir aos desafios que necessitam superar. Resiliente, portanto, é aquele sujeito que reage com otimismo e persistência no enfrentamento das adversidades e problemas, sabendo como lidar com os obstáculos que a vida lhe impõe, de forma construtiva. A resiliência pode ser notada pelo próprio modo de encarar a vida. Como cada pessoa consegue transformar certos entraves em algo benéfico para si e sua vida.

Existem algumas “dicas” que podem ajudar qualquer pessoa a melhorar ou aumentar sua capacidade de resiliência, caso sejam devidamente utilizadas. Merece destaque a necessidade de cada ser humano estar sempre mentalizando e buscando uma forma de colocar em prática seu projeto de vida: sonhar e idealizar o que se almeja, ajuda a reduzir a ansiedade e processos de tensão. Concomitantemente, devem ser adotados métodos práticos de relaxamento, pois, como se sabe, a tensão inibe a capacidade de meditar. A prática de esportes também é muito importante para o bem-estar do organismo em geral, pois aumenta o ânimo e a disposição das pessoas que os praticam. Outro fator relevante a ser citado é a manutenção da harmonia no lar, pois onde ela não existe, não podem ser encontrados pontos de apoio para as necessidades de recuperação, quando qualquer um de seus membros entrar em processos de desintegração física ou psicológica. Também é muito salutar, o bom aproveitamento do tempo de ócio. O indivíduo deve saber como usar esse tempo, utilizando-o, inclusive, para ampliar conhecimentos, o que é extremamente benéfico para o fortalecimento da autoconfiança, especialmente porque, nos dias atuais, todos estão sujeitos a reveses profissionais e incertezas quanto ao futuro. No entanto, pra que tudo isso possa vir a ocorrer, previamente, há a necessidade de que os pessimistas se desarmem e procurem apurar seu senso de humor, transformando-se em otimistas incuráveis, capazes de visualizar um bom futuro para eles e uma boa qualidade de vida. Isto requer um olhar apurado para dentro de si para que possa vir a identificar quem é e o que faz de sua vida, usando a criatividade com o intuito de quebrar a rotina que ali se estabeleceu. Não ter vergonha de sentir dor, de chorar, de se sentir um fraco, de ter que recuar quando for preciso, de pedir perdão e de perdoar, sem, no entanto, perder seu estado original, ou seja, sua sólida estrutura. Deve, finalmente, refletir muito sobre como é a sua relação com o dinheiro, já que este é um dos pontos mais polêmicos atualmente, causador de inúmeros males. Muitos são os que não sabem como tratá-lo: há aqueles esbanjam, seguindo apenas seus desejos de consumo; outros se tornam escravos dele, pois vivem toda uma vida em função do mesmo; há ainda aqueles que pouco têm, mas, que conseguem viver felizes com esse pouco que possuem. Poderiam esses últimos serem chamados de resilientes????



Nenhum comentário: